A FIFA aos poucos
passa a deixar de lado suas reticências em permitir um papel maior da
tecnologia no futebol. O reflexo já pode ser percebido na Soccerex, maior feira
de negócios de futebol do mundo, que termina nesta quarta-feira no Rio de
Janeiro. Diversas empresas apresentam novidades que vão desde as inovações para
ajudar a arbitragem até sistemas de gestão das novas arenas que estão surgindo
no Brasil, devido aos investimentos para a Copa do Mundo de 2014.
A inovação mais
esperada é, sem dúvidas, a que identifica se a bola cruzou a linha do gol por
inteiro. Trata-se de um dos temas mais controversos do futebol. Embora não
ocorra com tanta frequência, já causou polêmica até em final de Copa do Mundo -
em 1966, no gol decisivo de Hurst para a anfitriã Inglaterra diante da
Alemanha, a bola não teria cruzado a linha.
Na Soccerex estão as
duas empresas que testarão suas tecnologias pela primeira vez numa competição
oficial durante o Mundial de Clubes, a partir da próxima semana, no Japão. O
sistema inglês funciona com sete câmeras posicionadas estrategicamente no fundo
e na linha do gol. Elas projetam uma imagem eletrônica assim como o que já
ocorre no tênis há 10 anos e o árbitro recebe um aviso sonoro e vibratório no
seu relógio de pulso caso a bola ultrapasse a linha do gol.
"Ainda não
tivemos nenhuma falha do sistema em meses de testes. Com certeza é uma grande
inovação que vai ajudar a FIFA a deixar as decisões do futebol mais confiáveis
e, por que não, abrir espaços para novas oportunidades", disse o
representante de uma das empresas, Paul Hawkins. O sistema alemão utiliza um
chip dentro da bola e sensores acoplados às traves.
O desafio é criar
tecnologias que possam ser utilizadas em todos os campeonatos profissionais do
mundo, o que o tênis ainda não conseguiu, embora os custos de instalação dos
aparelhos já tenham diminuído - inicialmente, cada quadra custava R$ 2 milhões.
Hoje, com o aumento da utilização das tecnologias este valor caiu para cerca de
R$ 500 mil. O sistema no futebol será mais barato e o preço final vai depender
da demanda: quanto mais federações aderirem à tecnologia depois de sua
homologação, menor será o valor.
Mas as inovações não
param por aí. A Microsoft fechou uma parceria para desenvolver sistemas de
gestão de arenas com a OAS, empresa que constrói os novos estádios de Salvador
e Natal, que serão utilizados na Copa do Mundo, além da Arena do Grêmio, em Porto Alegre, a
primeira a ficar pronta durante a onda de construções que toma conta do país.
A Microsoft vai
instalar aceleradores de negócios dentro das arenas para gerir uma novidade nos
estádios brasileiros: o multipropósito - para dar lucro e se tornarem negócios
sustentáveis, eles servirão não apenas para o futebol, mas também para shows e
eventos, além das lojas, escritórios e restaurantes que estarão ligados a eles.
"As arenas têm
capacidade de abrigar verdadeiros business centers. Queremos atender qualquer
empresa, mas principalmente as start-ups, que serão fomentadas pelas
aceleradoras de negócios, que vão promover a inovação e o
empreendedorismo", afirma Carlos Eduardo Paes Barreto,
diretor-superintendente da OAS.
Além disso, há novas
tecnologias para geração de energia para as arenas, cuidados com a grama dos
novos estádios - que seguem especificações exigentes da Fifa -, além de
material mais leve e durável para bolas e uniformes.
GIULIANDER CARPES – TERRA.COM
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