Pela
primeira vez desde que o sistema de disputa de pontos corridos foi adotado o
Campeonato Brasileiro chega a sua metade sem times de São Paulo brigando pela
ponta, em meio a campanhas medíocres, ofuscados por forças de outras regiões.
Após a rodada deste final de semana, a 19ª de 38 do torneio, os paulistas viram
a confirmação do pior desempenho em um primeiro turno neste modelo de
competição, que vigora desde 2003.
Ao
final do turno, os paulistas parecem quase descartados da briga pelo título,
fora do top 5 e vendo Atlético-MG e Fluminense desgarrar dos demais na tabela.
Para
São Paulo (5º colocado) e Santos (10º), a meta mais viável nas 19 rodadas que
restam é tentar alcançar o pelotão de classificação para a Libertadores 2013,
competição que já tem Corinthians (12º) e Palmeiras (17º) garantidos através de
outros caminhos. Ponte Preta (13ª) e Portuguesa (14ª) completam o pelotão
bandeirante.
O
aproveitamento combinado dos seis times do Estado na disputa da Série A
apresenta um cenário em que os paulistas figuram como coadjuvantes de mineiros,
cariocas e gaúchos, contrariando a tradição dominante da região em uma década
de pontos corridos.
Dos
nove campeonatos de pontos corridos disputados até hoje, os paulistas ganharam
seis. Em cinco oportunidades alguma equipe do Estado virou o primeiro turno no
topo da tabela. Mas a edição de 2012 assiste a um cenário atípico, até então
inédito neste modelo de competição.
Neste
ano a maioria dos paulistas conta com repertório de argumentos para tentar
justificar o começo lento no Brasileirão. Apesar de aparecer no meio da tabela,
o atual campeão Corinthians está tranquilo na relação com a sua torcida,
tradicionalmente exigente. A equipe de Tite disputou as seis rodadas iniciais
do torneio com cabeça e titulares voltados às finais da Libertadores. Depois do
título contra o Boca Jrs., os paulistas relaxaram e demoraram a entrar no jogo.
De quebra, o talismã Emerson Sheik se lesionou e desfalcou o time por seis
partidas.
O
Palmeiras apresenta desculpa semelhante, em razão da dedicação à bem-sucedida
empreitada nas finais da Copa do Brasil [oito rodadas da Série A de alguma
forma sacrificadas pela campanha na outra competição]. No entanto, flertando
com a zona de rebaixamento durante todo o primeiro turno, a equipe de Luiz
Felipe Scolari já vê a tolerância de sua torcida em estado de esgotamento –
estaria rebaixado se a temporada acabasse neste instante.
Por
sua vez, a justificativa do tricampeão paulista Santos está personificada em
Neymar. Depois de começar o Brasileiro pensando nas finais da Libertadores [em
que parou nas semifinais], o time de Muricy Ramalho cedeu seu craque para a
seleção que disputou a Olimpíada de Londres, além de um amistoso na Suécia. Ao
todo foram oito partidas sem o camisa 11. O goleiro Rafael e o meia Paulo
Henrique Ganso também estiveram fora para servir a equipe nacional.
O
São Paulo tem o melhor desempenho entre os grandes paulistas no primeiro turno
do Brasileiro 2012, em 5º lugar. Mesmo com dedicação exclusiva ao torneio, o
time enfrentou a tempestade de troca de treinador, com a demissão de Emerson
Leão e a chegada de Ney Franco, sem contar as rodadas nas mãos do interino
Milton Cruz.
Além
disso o São Paulo lidou com a ausência de Lucas, que assim como Neymar
praticamente perdeu todo o primeiro turno para poder servir a seleção
brasileira. Luís Fabiano também foi desfalque esporádico recentemente, antes de
brilhar contra o Corinthians no desfecho do turno. Por fim, a equipe ainda
precisou passar pela readaptação de Rogério Ceni, com a volta do veterano aos
campos depois de seis meses de recuperação de uma lesão.
O
time de Ney Franco é ao lado do Grêmio o que menos empatou no Brasileiro até
aqui, com apenas um resultado de igualdade. Por outro lado, chega ao final do
primeiro turno com oito derrotas, quase metade do número total de partidas.
Do
UOL, em São Paulo
Nenhum comentário:
Postar um comentário