Técnico revela que time está exausto devido à noite de insônia após vitória sobre o Boca
RIO - O Fluminense ganhou do Boca Juniors. E poderá perder suas estrelas para o primeiro Fla-Flu do ano do centenário do clássico, no domingo. Apesar do desembarque no Rio ser marcado por uma atmosfera doce, recheada por uma caixa de bombom oferecida a Thiago Neves, o técnico Abel Braga confessou que o time amargou uma madrugada de insônia e está exausto devido ao esforço no limite do sobre-humano, ao qual os próprios jogadores se submeteram para sair da Argentina com uma vitória histórica. Deco e Fred, autores do gols da vitória por 2 a 1, ganharam folga hoje e Abel planeja usar time misto, ou até mesmo reserva, contra o rubro-negro, no Engenhão.
— É um clássico. É o Fla-Flu. Eu sei... Mas não posso me render ao pensamento da opinião pública e perder jogador. Estamos exaustos devido à vitória histórica. Deco e Fred, por exemplo, foram liberados do treino de sexta-feira (hoje). E o Thiago Neves tem dores na coxa direita. A vitória é importante e quem entrar vai honrar a camisa. Só que nós temos outro jogo na quarta-feira (Zamora-VEN) que poderá nós deixar em ótima situação na Libertadores. Então, eu vou dar descanso para alguns titulares, mas não vou revelar time — declarou Abel.
Messi deseja boa sorte
Os óculos escuros usados por Abel e pela maioria dos jogadores no desembarque ontem no Galeão, onde foram recebidos por dezenas de torcedores, eram para disfarçar as olheiras. Fred, Deco e Rafael Moura nem vieram para o Rio. Abel também estava exausto, mas todos celebraram com a torcida a mais importante vitória até agora na temporada:
— Ficamos na Bombonera até duas da manhã esperando a torcida do Boca ir toda embora. Não dormimos quase nada. Mas valeu a pena. Principalmente pelo apoio da nossa torcida no estádio. Foi lindo. Hoje (nesta sexta-feira), já é um novo dia. Futebol é assim...
Ao raiar do sol na Argentina, o Fluminense já respirava novos ares. Pelo twitter, Deco dedicou a vitória às mulheres pelo seu dia. Na noite anterior, ele foi a estrela internacional que ofuscou todo o brilho azul e amarelo do Boca. Até Messi, craque do Barcelona, desejou boa sorte ao maestro tricolor antes do jogo, segundo publicou o "Clarín". Fred foi eleito o craque do jogo pelo "Olé", diário argentino no qual a torcida tricolor, de quase quatro mil pessoas, foi exaltada.
No Rio, passageiros de todas as nacionalidades embarcaram na festa no Galeão. Teve até um solitário e provocador torcedor do Boca, mas seus gritos foram abafados pelo hino tricolor. Thiago Neves tentou escapar sem falar, mas parou na marcação cerrada da repórter de TV, que pediu a entrevista como presente pelo Dia Internacional da Mulher.
— Ainda estou com dores na coxa direita e será difícil eu jogar — disse Thiago.
Digão não fez gol nem deixou a bola passar. No último lance, se atirou e levou uma bolada no peito. Diz que nem pensou direito, agiu no instinto. E respondeu aos críticos:
— Sempre falam mal da defesa. Respondo em campo.
Wellington Nem também agiu por impulso ao driblar Roncaglia e cruzar para Deco fazer o segundo gol. Seu pai, Juarez, também improvisou.
Impossibilitado de assistir ao jogo na torcida tricolor, ficou no meio dos torcedores do Boca. E tentou agir como um deles:
— Nos gols, balançou a cabeça de um lado para o outro, como se dissesse. "Não, não...".
Fonte OGLOBO
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