Entidade ignora novo laudo da Macaca e marca a partida para estádio
Romildão
Fim da novela - e com mais uma reviravolta. O segundo jogo
da semifinal da Copa Sul-Americana entre Ponte Preta e São Paulo será em Mogi
Mirim, quarta-feira, às 21h50 (horário de Brasília). A decisão foi comunicada
pela Conmebol aos clubes no fim da tarde desta sexta-feira. A entidade ignorou
o novo laudo obtido pela Macaca junto ao Corpo de Bombeiros, atestando a
capacidade do Moisés Lucarelli para mais de 20 mil pessoas, como manda o
regulamento da competição. A Ponte jogará pela vantagem de poder perder por até
2 a 0, já que venceu o primeiro jogo, no Morumbi, por 3 a 1. O Tricolor precisa
vencer por três gols de diferença ou por dois, desde que marque pelo menos
quatro (4 a 2, 5 a 3....)
O estádio Romildo Gomes
Ferreira, em Mogi Mirim, tem capacidade para 20.579 pessoas, de acordo com
laudo do Corpo de Bombeiros com validade até maio de 2014. A cidade fica a 57
quilômetros de Campinas e a 155 quilômetros de São Paulo. Há o temor de que as
torcidas das duas equipes se encontrem na estrada rumo a Mogi, a Adhemar de
Barros.
A diretoria da Ponte já
havia dito que aceitaria jogar em Mogi, mas nunca desistiu de batalhar pelo
Moisés Lucarelli. Nesta sexta, a Macaca apresentou o novo Auto de Vistoria do
Corpo de Bombeiros (AVCB), assinado na quinta-feira, atestando capacidade do
Majestoso para receber um público de 20.970, próximo do limite exigido pelo
regulamento do torneio a partir das oitavas de final. A diretoria alvinegra
enviou o documento para a Federação Paulista de Futebol, que ainda passou pela
CBF antes de chegar à Conmebol. A cúpula da Macaca estava muito confiante na
realização da partida em Campinas. Mas, diante disso, a diretoria do São Paulo
voltou a agir. O vice-presidente do Tricolor, João Paulo de Jesus Lopes, disse
que "não aceitaria pacificamente" a realização do jogo no Majestoso.
A Conmebol cedeu à pressão são-paulina.
Relembre o caso
A polêmica começou quando o
São Paulo, assim que a Ponte carimbou a vaga às semifinais, enviou um documento
à Conmebol para mostrar que a capacidade do Majestoso é inferior à exigida pelo
regulamento para essa fase do torneio (20 mil). O Tricolor enxergou a brecha no
laudo do Moisés Lucarelli que consta no site da Federação Paulista de Futebol,
com validade até janeiro de 2014, e que aponta para 16,9 mil lugares. A
estratégia é parecida com a que o clube realizou na decisão da Libertadores de
2005, quando conseguiu tirar o primeiro jogo contra o Atlético-PR da Arena da
Baixada.
Do lado da Ponte Preta, o
argumento era de que foi feito um redimensionamento pelo Corpo de Bombeiros de
Campinas, em setembro, seguindo as novas regras de segurança nos estádios, que
aumentou a capacidade total para 27.946 pessoas, entre torcedores, policiais
militares, funcionários, mas, segundo a Polícia Militar, o documento é
inválido, já que não passa de um projeto técnico.
A disputa colocou as duas
diretorias em rota de colisão e aumentou a tensão para as semifinais. O
presidente Márcio Della Volpe classificou a atitude do São Paulo como
"mesquinha". O gerente de futebol da Ponte, Marcus Vinícius, atacou
diretamente o presidente tricolor, Juvenal Juvêncio, dizendo que o cartola
deveria se chamar ‘Juvenil Juvêncio’. O maior temor era que a mudança do jogo
para Mogi causasse conflitos nas estradas, já que as duas torcidas possuem um
histórico de rivalidade. Dentro de campo, a Macaca encaminhou a classificação
ao fazer 3 a 1 no Morumbi e agora pode perder por até 2 a 0 que avançará à
decisão.
Por GLOBOESPORTE.COM
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