quinta-feira, 25 de julho de 2013

Suado, sofrido é assim que o Atlético Mineiro conquista a Libertadores



RIO DE JANEIRO, 25 Jul (Reuters) - O Atlético Mineiro conseguiu mais uma vez fazer o que parecia impossível na Copa Libertadores e, diante de uma torcida apaixonada, conquistou seu primeiro título da Copa Libertadores, na quarta-feira, com uma vitória por 4 x 3 na disputa de pênaltis sobre o Olímpia, do Paraguai, após reverter uma derrota por 2 x 0 sofrida no primeiro jogo da decisão.
O goleiro Victor, que já havia defendido o pênalti que classificou o time para a decisão na disputa contra o argentino Newell's Old Boys, defendeu logo a primeira cobrança de Hermínio Miranda e contou com a eficiência de seus companheiros, que converteram os quatro pênaltis do Atlético até que Matías Giménez mandou a última cobrança na trave.
"Era o (título) que me faltava. Eu voltei para o Brasil para isso. Todo mundo dizia que eu estava acabado, falem agora", disse ainda no gramado do Mineirão o capitão Ronaldinho, que não precisou cobrar o quinto pênalti do Atlético.
O jogador de 33 anos, duas vezes eleito pela FIFA o melhor do mundo, ainda buscava uma afirmação no futebol brasileiro desde que voltou ao país, em janeiro de 2011, após uma carreira de sucesso na Europa, principalmente no Barcelona, onde sagrou-se campeão da Liga dos Campeões em 2006.
Com o título conquistado nesta quarta-feira no Mineirão lotado com quase 60 mil torcedores, Ronaldinho agora junta-se a um seleto grupo de jogadores campeões tanto da Libertadores como da Liga dos Campeões da Europa, ao lado dos compatriotas Dida, Cafu e Roque Junior e dos argentinos Tevez, Samuel e Sorin,
"Passa um filme na cabeça, muita coisa. Voltei para o Brasil para conquistar o que não tinha conquistado, e quando a gente conquista, é a sensação de trabalho realizado", disse Ronaldinho,
O Atlético abriu o marcador contra o Olímpia no primeiro minuto do segundo tempo, com o atacante Jô, após um primeiro tempo em que os visitantes foram superiores e quase chegaram a um gol que poderia ter encerrado o sonho do "Galo".
Só aos 43 minutos da etapa final a equipe que chegou ao gol, marcado de cabeça pelo zagueiro Leonardo Silva, que garantiu o empate em 2 x 2 no resultado agregado da final, transformando em sorriso as lágrimas que já corriam nos rostos de muitos torcedores em Belo Horizonte.
Com a vantagem de ter um homem a mais na prorrogação, após a expulsão aos 40 minutos do segundo tempo de Mansur, e com o incentivo da torcida, o Atlético parecia ser o favorito para vencer o jogo na prorrogação, mas a equipe não conseguiu romper a barreira dos paraguaios -apesar de uma cabeçada de Rever no travessão- e viu a partida ir para os pênaltis.
O Atlético já havia sobrevivido a situações incríveis tanto nas quartas de final como na semifinal da Libertadores, em ambos os casos dependendo de defesas de pênalti do goleiro Victor para prosseguir na competição.
Nas quartas, contra o mexicano Tijuana, o goleiro defendeu um pênalti que garantiu a classificação nos acréscimos do segundo tempo, enquanto na semifinal o time brasileiro também recuperou-se no segundo jogo após derrota por 2 x 0 sofrida para o Newell's fora de casa, e ainda contou com defesa de Victor na disputa de pênaltis para progredir à decisão.
"Estou anestesiado, é muita emoção, muita pressão, tanta responsabilidade. O Atlético era sofrido, era azarado, e eu também. Agora nós quebramos tudo isso ai, eu não tenho mais azar nenhum", vibrou o técnico do Atlético, Cuca, que conquistou o primeiro grande título de sua carreira.
Enquanto os jogadores do Atlético recebiam seus prêmios pelo título, alguns torcedores invadiram o gramado do estádio recém-reformado para a Copa do Mundo e houve um princípio de confusão com jogadores do Olímpia, que logo foi controlada pelos seguranças.
Com o título da Libertadores, o Atlético está classificado para a disputa do Mundial de Clubes da Fifa, em dezembro, que também terá a presença do campeão europeu Bayern de Munique.
(Por Pedro Fonseca)

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