RIO DE JANEIRO, 25 Jul (Reuters) - O
Atlético Mineiro conseguiu mais uma vez fazer o que parecia impossível na Copa
Libertadores e, diante de uma torcida apaixonada, conquistou seu primeiro
título da Copa Libertadores, na quarta-feira, com uma vitória por 4 x 3 na
disputa de pênaltis sobre o Olímpia, do Paraguai, após reverter uma derrota por
2 x 0 sofrida no primeiro jogo da decisão.
O goleiro Victor, que já
havia defendido o pênalti que classificou o time para a decisão na disputa
contra o argentino Newell's Old Boys, defendeu logo a primeira cobrança de
Hermínio Miranda e contou com a eficiência de seus companheiros, que
converteram os quatro pênaltis do Atlético até que Matías Giménez mandou a
última cobrança na trave.
"Era o (título) que
me faltava. Eu voltei para o Brasil para isso. Todo mundo dizia que eu estava
acabado, falem agora", disse ainda no gramado do Mineirão o capitão
Ronaldinho, que não precisou cobrar o quinto pênalti do Atlético.
O jogador de 33 anos,
duas vezes eleito pela FIFA o melhor do mundo, ainda buscava uma afirmação no
futebol brasileiro desde que voltou ao país, em janeiro de 2011, após uma
carreira de sucesso na Europa, principalmente no Barcelona, onde sagrou-se
campeão da Liga dos Campeões em 2006.
Com o título conquistado
nesta quarta-feira no Mineirão lotado com quase 60 mil torcedores, Ronaldinho
agora junta-se a um seleto grupo de jogadores campeões tanto da Libertadores
como da Liga dos Campeões da Europa, ao lado dos compatriotas Dida, Cafu e
Roque Junior e dos argentinos Tevez, Samuel e Sorin,
"Passa um filme na
cabeça, muita coisa. Voltei para o Brasil para conquistar o que não tinha
conquistado, e quando a gente conquista, é a sensação de trabalho
realizado", disse Ronaldinho,
O Atlético abriu o
marcador contra o Olímpia no primeiro minuto do segundo tempo, com o atacante
Jô, após um primeiro tempo em que os visitantes foram superiores e quase
chegaram a um gol que poderia ter encerrado o sonho do "Galo".
Só aos 43 minutos da
etapa final a equipe que chegou ao gol, marcado de cabeça pelo zagueiro
Leonardo Silva, que garantiu o empate em 2 x 2 no resultado agregado da final,
transformando em sorriso as lágrimas que já corriam nos rostos de muitos
torcedores em Belo Horizonte.
Com a vantagem de ter um
homem a mais na prorrogação, após a expulsão aos 40 minutos do segundo tempo de
Mansur, e com o incentivo da torcida, o Atlético parecia ser o favorito para
vencer o jogo na prorrogação, mas a equipe não conseguiu romper a barreira dos
paraguaios -apesar de uma cabeçada de Rever no travessão- e viu a partida ir para
os pênaltis.
O Atlético já havia
sobrevivido a situações incríveis tanto nas quartas de final como na semifinal
da Libertadores, em ambos os casos dependendo de defesas de pênalti do goleiro
Victor para prosseguir na competição.
Nas quartas, contra o
mexicano Tijuana, o goleiro defendeu um pênalti que garantiu a classificação
nos acréscimos do segundo tempo, enquanto na semifinal o time brasileiro também
recuperou-se no segundo jogo após derrota por 2 x 0 sofrida para o Newell's fora
de casa, e ainda contou com defesa de Victor na disputa de pênaltis para
progredir à decisão.
"Estou anestesiado,
é muita emoção, muita pressão, tanta responsabilidade. O Atlético era sofrido,
era azarado, e eu também. Agora nós quebramos tudo isso ai, eu não tenho mais
azar nenhum", vibrou o técnico do Atlético, Cuca, que conquistou o
primeiro grande título de sua carreira.
Enquanto os jogadores do
Atlético recebiam seus prêmios pelo título, alguns torcedores invadiram o
gramado do estádio recém-reformado para a Copa do Mundo e houve um princípio de
confusão com jogadores do Olímpia, que logo foi controlada pelos seguranças.
Com o título da
Libertadores, o Atlético está classificado para a disputa do Mundial de Clubes
da Fifa, em dezembro, que também terá a presença do campeão europeu Bayern de
Munique.
(Por Pedro Fonseca)
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