Empate por
1 a 1 na Vila Belmiro dá 27º estadual ao Corinthians; Tite conquista a taça que
perseguia desde 2004
“Salve o Corinthians, o campeão dos campeões”. Neste domingo, a frase que
dá o pontapé inicial ao hino entoado com orgulho por milhões de corintianos faz
muito sentido. Principalmente para esse Corinthians, comandado por Tite. O
empate por 1 a 1 com o Santos, na Vila Belmiro, deu ao Timão seu 27º título do
Campeonato Paulista. Algo corriqueiro em sua história centenária, é verdade.
Mas não para esse grupo, campeão brasileiro, da Taça Libertadores e do mundo em
sequência.
Peixe
dependente x Timão solidário
A proximidade da saída de Neymar para o futebol europeu aumentou a
atenção a cada gesto ou lance do craque na partida. A começar pela maneira com
que ele cantou o hino nacional, passando pela prece que fez ajoelhado no
círculo central antes de a bola rolar até as faltas sofridas e os dribles
dados.
Nada mais natural diante do tamanho do atacante para o futebol brasileiro
e da sua importância para o Santos. Aliás, o time da Vila Belmiro é totalmente
dependente do seu craque. A cada partida isso fica mais claro. Numa final,
então... Acelerado, o atacante tentou. Armou, driblou, chutou, mas, sozinho,
não fez milagre.
Bem diferente do Corinthians. Sem se abater com a precoce eliminação na
Libertadores da América, o time do técnico Tite mostrou sua principal força: o
conjunto. Paulinho, Danilo, Romarinho e Paolo Guerrero se destacaram pela
voluntariedade e por estarem sempre presentes nas jogadas de perigo.
Apesar da diferença técnica entre um e outro foi o Santos que abriu o
placar na Vila Belmiro. E, por incrível que pareça, Neymar não participou do
lance. Aos 26 minutos, Felipe Anderson bateu falta cruzada, Durval ajeitou de
cabeça e Cícero bateu de virada, quase um voleio, sem chance para o goleiro
Cássio.
Para ser campeão, o Peixe ainda precisava de mais um gol. Mas não houve
tempo de se empolgar. Apenas dois minutos depois, o Corinthians empatou. Em uma
jogada característica, um gol coletivo, com cinco jogadores participando do
lance. Após bela troca de passes entre Alessandro, Romarinho e Guerrero,
Paulinho chutou, Rafael defendeu e Danilo, decisivo, fez no rebote.
Com tudo igual novamente, Neymar continuou sua missão a frente do
“exército de um homem só” em que se transformou o Peixe. Já o Corinthians,
comandado por Danilo, bombardeou o Peixe. O meia acertou a trave, Paulinho
também. E Romarinho teve grande chance de virar, mas parou nas mãos do goleiro
Rafael.
Neymar
tenta, Timão comemora
Dependente ou não de Neymar, o segundo tempo para o Santos era tudo ou
nada. Já o Corinthians tinha duas opções: ir para cima e definir logo a decisão
ou administrar a vantagem do empate. Preferiu a segunda. Assim, deu espaço para
o Peixe criar e se aproximar do gol de Cássio.
Neymar, é claro, era o articulador. Mas estava nervoso. Logo no início da
etapa discutiu com Paulo André, depois de tomar uma bolada do adversário. Com o
dedo em riste, reclamou com o corintiano. Recebeu a bronca de volta. O clima
entre eles estava ruim desde o primeiro tempo, por falta dura do zagueiro não
marcada.
O fato de ir para cima do Corinthians, claro, deixou o Santos mais
vulnerável. Nos contra-ataques, o Timão poderia ter matado o jogo, mas falhou.
Romarinho perdeu gol feito aos 16. Após lançamento do campo de defesa, o
atacante ficou sozinho, cara a cara, com Rafael. O chute rasteiro, porém, bateu
na trave e saiu pela linha de fundo.
Se o Peixe tinha mais posse de bola, o Timão era mais perigoso. Foi assim
a partida inteira, deixando claro que falta ao time da Vila Belmiro poder de
decisão. Só Neymar o tem, com raros e esporádicos lances de Cícero, que fez boa
partida. Era preciso mais ímpeto para que o Santos tirasse o título do
Corinthians.
Não houve. O empate por 1 a 1, somado à vitória do Timão por 2 a 1 no
Pacaembu, deu ao Corinthians o seu 27º título do Campeonato Paulista e impediu
o Santos de chegar ao tetra consecutivo, algo inédito na era do
profissionalismo no estadual de São Paulo.
Informações TribunaHoje

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