Desde a saída do goleiro Diego Alves, em 2007, o Atlético-MG vivia uma
carência muito grande na posição. Vários atletas passaram pelas traves
alvinegras, porém, nenhum conseguiu se firmar e ter unanimidade entre os
torcedores. O empate com sabor de vitória diante do Tijuana, na noite de
quinta-feira, por 1 a 1, no Independência, acabou de vez com isso. Pra quem
duvidava, a camisa 1 tem finalmente um novo dono: Victor.
A atuação do goleiro foi digna de nota 10 por qualquer comentarista
esportivo. Além de defender um pênalti aos 47 do segundo tempo, com os pés,
dando a classificação para a próxima fase o Atlético-MG, o arqueiro ainda fez
ótimas defesas garantindo, pelo menos, o empate.
A festa da torcida, com máscaras da morte no estádio simbolizando o
grito: “caiu no Horto tá morto”, dava a receita que a festa seria boa. Os
jogadores pegaram o bordão e gostaram da brincadeira. Estava tudo preparado
para mais um grande jogo do Atlético.
O que se viu em campo, no entanto, foi um enredo diferente. O time da
casa foi pressionado no seu próprio campo e não conseguia jogar. O primeiro lance da partida mostrou como tudo
funcionaria. A tradicional jogada ensaiada com que o Atlético começa os confrontos,
quando tem a saída a seu favor, não foi finalizada. Réver tentou lançar, mas a
bola parou em um adversário.
A pressão funcionou e aos 25min do primeiro tempo a meta de Victor foi
batida. Em vacilo da zaga alvinegro, Riascos penetrou sozinho e tocou no canto
esquerdo do defensor atleticano. Ainda no primeiro tempo o Atlético aliviou e
empatou o jogo com Réver, após cobrança de falta de Ronaldinho.
O momento de herói de Victor, entretanto, aconteceria somente no segundo
tempo. Com o resultado desfavorável, o Tijuana foi com tudo em busca do resultado.
Novamente a pressão funcionou, mas desta vez o arqueiro alvinegro cresceu.
O primeiro lance decisivo foi aos 24min, quando a zaga atleticana dormiu
totalmente e o Tijuana chegou com dois atacantes contra Victor. O goleiro
mostrou muita presença, segurou até o momento certo para cair, e fez uma bela
defesa.
Após isso, o jogo seguia da seguinte maneira: o Atlético jogava nos
contra-ataques e os adversários pressionavam.
Aos 45min, o estádio se calou. Após escapada rápida, Leonardo Silva
cometeu pênalti e levou o amarelo. O gol do Tijuana dava a classificação para
os mexicanos e ainda acabaria com a invencibilidade do Atlético-MG no
Independência.
O atacante Riascos foi para a cobrança. O estádio ficou em total
silencio. O medo de sair da competição tomou conta. Aquele seria provavelmente
o último lance do jogo e um tento seria o fim dos planos alvinegros. Porém,
quando o adversário foi para a batida, a estrela de Victor brilhou. O goleiro
pulou para o canto direito, mas conseguiu pegar com o pé a batida no meio do
gol.
"Eu estudei as cobranças dele. Esperei até o ultimo instante para
cair. Ele foi para a bola, quando eu vi que ele abaixou a cabeça eu tomei a
decisão de cair para a direita. Fui abençoado", afirmou o goleiro.
O arqueiro afirmou que essa foi a defesa mais importante de sua vida.
"Foi sim a mais importante. Em um momento crucial eu pude ajudar o time e
estou muito feliz", finalizou
Ao sair do gramado, antes de pensar no Campeonato Brasileiro, Victor foi
aclamado pelos torcedores atleticanos, todos agradecidos com a classificação
para as semifinais.
Marcellus
Madureira – Terra Esportes
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