Uma característica que liga quase todos os campeões da
Libertadores da América é a regularidade de participações no torneio. Dos 23
clubes que levantaram a taça mais cobiçada do continente, apenas três estão há
mais de dois anos longe de disputá-la. O São Paulo é uma dessas exceções
negativas. E a equipe tenta romper a seca com um atalho: a Copa Sul-Americana,
que dá uma vaga ao campeão.
O time de Ney Franco viajou até o interior do Equador,
onde enfrenta nesta quarta-feira, às 22h, a LDU local por uma vaga nas quartas
de final da competição. O jogo da volta está marcado para o dia 24 de outubro,
no Morumbi.
A cabeça e os sonhos dos são-paulinos, claro, estarão
além. E as lembranças dos tempo de glória vão se esmaecendo.
Apenas os campeões Racing Club e River Plate, da
Argentina, estão afastados há mais tempo da Libertadores do que o São Paulo. O
Racing, que foi campeão em 1967, não participa da competição desde 2003. O
River, campeão de 1986 e 1996, jogou pela última vez em 2009. O tricampeão São
Paulo está fora desde 2010, quando foi semifinalista.
(O Palmeiras, que estava ausente desde 2009, já garantiu
sua vaga para o ano que vem, por ter sido campeão da Copa do Brasil.)
A saudade do torneio mais importante da América,
conquistado três vezes, será motivação extra para o time tricolor, que não terá
Luis Fabiano, machucado, mas confiará em Lucas como a principal arma ofensiva
contra os equatorianos.
Os jogadores terão de mostrar que se recuperaram de uma
viagem de mais de 20 horas desde São Paulo até Loja, de avião e de ônibus, para
se confrontar com uma equipe empolgada e que tem muito pouco a perder.
A LDU, mas conhecida como Liga de Loja, xará da LDU de
Quito, é a grande surpresa da “segunda divisão” da América. O time vem de uma
vitória incrível sobre o Nacional, do Uruguai, e promete não se intimidar
diante do São Paulo, classificado lá como uma “monstruosa” equipe.
“Só de ter passado pelo Nacional, ela [LDU] já merece uma
atenção”, afirmou o técnico tricolor Ney Franco. “Temos de entrar com
responsabilidade. É uma equipe armada no 4-4-2, com um volante que sai bem para
o jogo. Tem também brasileiro que é o artilheiro da competição [Fabio Renato,
cinco gols] e tem um goleiro experiente. Estudei muito essa parte tática. É um
time que se destacou contra o Nacional na parte coletiva.”
Ney Franco confirmou a equipe com a seguinte escalação:
Rogério Ceni; Paulo Miranda, Rafael Toloi, Rhodolfo e Cortez; Denilson, Maicon
e Jadson; Lucas, Osvaldo e Ademilson. São duas alterações em relação ao time
que venceu o Cruzeiro no domingo. Ademilson ganha a vaga de Willian José, e
Paulo Miranda, a de Douglas.
A começar por esta quarta, serão oito partidas até o fim
da Sul-Americana que podem fazer o São Paulo voltar à elite do futebol
continental. Além desse caminho, o time tenta também as próximas 12 rodadas do
Brasileirão, que darão outros quatro lugares na Libertadores. Hoje, o
tricampeão está na beira: na quinta posição, a mesma do Racing no Argentino,
dois dos três campeões com mais saudades de Libertadores.
Do UOL, em São Paulo