Piloto da McLaren não teria se contentado
com proposta de renovação e assina com equipe alemã em transação de R$ 203
milhões
A McLaren fez o
que pôde para segurar Lewis Hamilton, mas nem mesmo a oferta de 2 milhões de
libras (R$ 6,6 milhões) extras por ano convenceu o piloto inglês a continuar na
equipe. Segundo o jornal britânico "The Telegraph", o campeão mundial
de 2008 deve anunciar na sexta-feira o contrato de três anos assinado com a
Mercedes, em uma operação estimada em 61,6 milhões de libras (R$ 203 milhões).
Com o acerto, a
presença do heptacampeão Michael Schumacher, que retornou à Fórmula 1 há três
anos e representava a Mercedes ao lado de Nico Rosberg, passa a ser dúvida na
categoria para 2013. O chefe da equipe alemã, Ross Brawn, confirmou nesta quinta-feira
que Schumacher ainda não havia renovado contrato para a próxima temporada.
A negociação de
Hamilton com a Mercedes foi abordada pela primeira vez por Eddie Jordan,
comentarista de Fórmula 1 da BBC, no início deste mês. A renovação do piloto
inglês com a McLaren já se arrastava desde o início do ano, porque a equipe
informou a Hamilton que não poderia manter o salário de 15 milhões de dólares
anuais (R$ 30 milhões) diante da nova conjuntura econômica imposta pela crise
financeira mundial. O time de Woking faz parte da carreira do piloto de 27 anos
desde a infância, quando Hamilton se destacou no kart e conquistou a confiança
de Ron Dennis, ex-chefe da equipe.
Martin Whitmarsh,
atual diretor da McLaren, estava confiante na permanência do inglês na equipe e
chegou a afirmar que não havia nenhum "plano B" para o caso de
Hamilton optar pela mudança. O piloto de 27 anos é um dos destaques da
temporada, mas tem sido prejudicado por falhas da McLaren, como o problema no
câmbio que provocou seu abandono em Cingapura quando liderava a prova com
facilidade. Hamilton venceu três corridas (Canadá, Hungria e Itália) e ocupa a
quarta posição no ranking, com 142 pontos.
Sem conseguir
repetir a campanha de 2008 quando levou o título e despontou como um dos
grandes nomes da nova geração da F-1, Hamilton parece ter optado por um novo
começo, na análise da imprensa britânica. Apesar de a Mercedes aparecer apenas
em quinto lugar entre os construtores desta temporada, enquanto a McLaren ocupa
a vice-liderança, a equipe alemã é notória por ter mais recursos financeiros à
disposição, o que teria estimulado a decisão do inglês. Além disso, a
introdução de um motor V6 turbo de 1.6 litro a partir de 2014 deve favorecer a
escuderia.
Ross Brawn já
declarou que a temporada 2013 servirá para mudar a imagem da Mercedes, apontada
como uma equipe pouco competitiva atualmente. Segundo o chefe da escuderia, os
investimentos que começaram a ser feitos há quase dois anos se converterão em
resultados no próximo ano. O time alemão fez uma série de contratações no ano
passado, incluindo engenheiros com larga experiência na categoria, como Geoff
Willis e Aldo Costa. Este ano, a Mercedes conseguiu apenas uma vitória, com
Nico Rosberg subindo ao lugar mais alto do pódio no GP da China, em abril.
Segundo a imprensa
britânica, a transferência de Hamilton para a escuderia alemã já estava
acertada, mas a Mercedes queria esperar a assinatura do novo Pacto de
Concórdia, o acordo comercial que rege as relações entre as equipes e a FIA,
para fazer o anúncio oficial. Com a presença de Nico Rosberg garantida para
2013, quem perde a vaga é Schumacher. O mais provável é que o heptacampeão, que
não conseguiu apresentar o mesmo rendimento de seus tempos de glória, deixe a
Fórmula 1 no fim do ano. O mexicano Sergio Pérez, que corre pela Sauber, é o
nome mais cotado para substituir Hamilton na McLaren.
Por
GLOBOESPORTE.COMLondres