Melhor em campo mais uma vez, camisa 11 marcou o primeiro gol da
vitória por 2 a 0 que garantiu o título inédito da Recopa Sul-Americana ao
Peixe. Pênalti perdido não manchou a conquista.
Em sua primeira partida pelo Santos após a saída do amigo Paulo
Henrique Ganso, Neymar ajudou o clube a conquistar o sexto título em três anos,
o segundo no centenário. A vitória por 2 a 0 sobre a Universidad de Chile,
nesta quarta-feira, no Pacaembu, rendeu ao Peixe a taça inédita da Recopa
Sul-Americana, festejada por pouco mais de 23 mil presentes.
Muricy Ramalho surpreendeu e deu ao atacante a faixa de capitão,
que era esperada pelo veterano Léo. Um prêmio para o jogador, que já tem também
três títulos estaduais, uma Copa do Brasil e uma Libertadores desde que se
tornou profissional. É ele o principal responsável pela liderança santista no
ranking de clubes da Conmebol.
Campeã da última Copa Sul-Americana, La U não foi páreo para o
campeão da Libertadores do ano passado. Sofreu gols de Neymar e Bruno Rodrigo e
ainda poderia ter levado mais um se Neymar não perdesse pênalti no primeiro
tempo. No empate por 0 a 0 na ida, ele também desperdiçou uma cobrança. Nada
que tenha ameaçado seu posto de protagonista.
NEYMAR FUTEBOL CLUBE
Como de costume, não foi difícil identificar o protagonista da
partida. Neymar assustou o goleiro Johnny Herrera logo aos 20 segundos, aplicou
um chapéu em Acevedo pouco depois e, como legítimo capitão, berrava do campo de
ataque a cada erro de posicionamento dos zagueiros.
Mas o futebol do Santos não ajudava. Sem um Ganso para cadenciar o
jogo, a equipe sofreu com a velocidade chilena, principalmente nas jogadas do
habilidoso Ubilla às costas de Bruno Peres, sempre com a ajuda de Mena ou
Lorenzetti.
Por ironia, foi Felipe Anderson, que Muricy Ramalho costuma
definir como "carregador de bola e não pensador", o coadjuvante mais
brilhante. Carregando a bola, ele clareou jogada pela esquerda após lançamento
de Léo e passou para Neymar tabelar com André e abrir a contagem, aos 27
minutos.
O rival se desestabilizou. Tanto que Patito, em uma de suas poucas
boas arrancadas, tomou cotovelada de Rojas, o mesmo que poderia ter sido
expulso ao derrubar Neymar (sempre ele) na área, aos 44. Pênalti que o próprio
Neymar bateu. Nas mãos de Johnny Herrera. Sem problemas.
MURICYBOL
Se o primeiro gol saiu em jogada de Neymar, principal arma do
Santos, o segundo veio na bola parada que consagrou Muricy Ramalho e até rendeu
o apelido pejorativo de Muricybol ao esquema adotado pelo treinador que já
coleciona quatro taças no clube. Aos 15 minutos, Felipe Anderson cobrou falta
da esquerda e Bruno Rodrigo cabeceou para as redes.
"O campeão voltou", gritava a torcida na arquibancada.
Uma trégua na insatisfação pela má campanha no Campeonato Brasileiro e pela má
formação do elenco para o centenário - afinal, nos melhores sonhos santistas a
improvisação de Gerson Magrão como lateral não seria a solução para a contusão
sentida por Léo, pouco antes do segundo gol.
Mesmo sem ser brilhante, o Peixe sagrou-se campeão sem ter grandes
dores de cabeça contra um dos melhores times da América do Sul nos últimos
anos. Aos 25 minutos da etapa final, o elogiado Jorge Sampaoli já lançara mão
de Castro, Marino e Magalhães nos lugares de Rodríguez, Aranguíz e Acevedo.
Nenhum deles foi capaz de atrapalhar o domínio brasileiro.
Os gritos do tradicional "é campeão!" ecoaram no Estádio
Municipal antes dos 40 minutos. E não cessaram até o apito final.
LANCENET!