quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Capitão, Neymar decide contra La U e dá mais um título ao Santos

Melhor em campo mais uma vez, camisa 11 marcou o primeiro gol da vitória por 2 a 0 que garantiu o título inédito da Recopa Sul-Americana ao Peixe. Pênalti perdido não manchou a conquista.
Em sua primeira partida pelo Santos após a saída do amigo Paulo Henrique Ganso, Neymar ajudou o clube a conquistar o sexto título em três anos, o segundo no centenário. A vitória por 2 a 0 sobre a Universidad de Chile, nesta quarta-feira, no Pacaembu, rendeu ao Peixe a taça inédita da Recopa Sul-Americana, festejada por pouco mais de 23 mil presentes.
Muricy Ramalho surpreendeu e deu ao atacante a faixa de capitão, que era esperada pelo veterano Léo. Um prêmio para o jogador, que já tem também três títulos estaduais, uma Copa do Brasil e uma Libertadores desde que se tornou profissional. É ele o principal responsável pela liderança santista no ranking de clubes da Conmebol.
Campeã da última Copa Sul-Americana, La U não foi páreo para o campeão da Libertadores do ano passado. Sofreu gols de Neymar e Bruno Rodrigo e ainda poderia ter levado mais um se Neymar não perdesse pênalti no primeiro tempo. No empate por 0 a 0 na ida, ele também desperdiçou uma cobrança. Nada que tenha ameaçado seu posto de protagonista.

NEYMAR FUTEBOL CLUBE
Como de costume, não foi difícil identificar o protagonista da partida. Neymar assustou o goleiro Johnny Herrera logo aos 20 segundos, aplicou um chapéu em Acevedo pouco depois e, como legítimo capitão, berrava do campo de ataque a cada erro de posicionamento dos zagueiros.
Mas o futebol do Santos não ajudava. Sem um Ganso para cadenciar o jogo, a equipe sofreu com a velocidade chilena, principalmente nas jogadas do habilidoso Ubilla às costas de Bruno Peres, sempre com a ajuda de Mena ou Lorenzetti.
Por ironia, foi Felipe Anderson, que Muricy Ramalho costuma definir como "carregador de bola e não pensador", o coadjuvante mais brilhante. Carregando a bola, ele clareou jogada pela esquerda após lançamento de Léo e passou para Neymar tabelar com André e abrir a contagem, aos 27 minutos.
O rival se desestabilizou. Tanto que Patito, em uma de suas poucas boas arrancadas, tomou cotovelada de Rojas, o mesmo que poderia ter sido expulso ao derrubar Neymar (sempre ele) na área, aos 44. Pênalti que o próprio Neymar bateu. Nas mãos de Johnny Herrera. Sem problemas.


MURICYBOL
Se o primeiro gol saiu em jogada de Neymar, principal arma do Santos, o segundo veio na bola parada que consagrou Muricy Ramalho e até rendeu o apelido pejorativo de Muricybol ao esquema adotado pelo treinador que já coleciona quatro taças no clube. Aos 15 minutos, Felipe Anderson cobrou falta da esquerda e Bruno Rodrigo cabeceou para as redes.
"O campeão voltou", gritava a torcida na arquibancada. Uma trégua na insatisfação pela má campanha no Campeonato Brasileiro e pela má formação do elenco para o centenário - afinal, nos melhores sonhos santistas a improvisação de Gerson Magrão como lateral não seria a solução para a contusão sentida por Léo, pouco antes do segundo gol.
Mesmo sem ser brilhante, o Peixe sagrou-se campeão sem ter grandes dores de cabeça contra um dos melhores times da América do Sul nos últimos anos. Aos 25 minutos da etapa final, o elogiado Jorge Sampaoli já lançara mão de Castro, Marino e Magalhães nos lugares de Rodríguez, Aranguíz e Acevedo. Nenhum deles foi capaz de atrapalhar o domínio brasileiro.
Os gritos do tradicional "é campeão!" ecoaram no Estádio Municipal antes dos 40 minutos. E não cessaram até o apito final.
LANCENET!