sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Consagrados, Forlán e Zé Roberto buscam novo caminho a partir do clássico


Contratados para dar mais criatividade na meia-cancha de Grêmio e Inter. Craques consagrados por participações importantes em Copas do Mundo que desembarcaram no Rio Grande do Sul com a responsabilidade de desenvolver a criação de jogadas nos dois maiores clubes do Estado. Zé Roberto e Diego Forlán ainda não conseguiram repetir na dupla Gre-Nal as atuações de outros tempos e sequer marcaram gols pelos novos clubes, mas há jogo melhor para se afirmar do que um clássico? Em um duelo tão equilibrado, a qualidade técnica e inteligência dos dois jogadores pode determinar o resultado.
Já veteranos, Zé Roberto e Forlán carregam em seus currículos passagens por grandes clubes europeus e presenças na seleção de melhores de uma Copa do Mundo - Zé Roberto, em 2006, e Forlán, em 2010. Enquanto o gremista construiu boa parte da carreira na Alemanha - mas teve passagens também por Espanha e, na Ásia, pelo Catar -, o colorado percorreu Inglaterra, Espanha e Itália. A experiência que ambos trazem com os mais de 30 anos dá aos colegas mais jovens a segurança necessária para atuar em um clássico desta magnitude.
Zé Roberto disputou duas Copas do Mundo: 1998 e 2006. Na primeira, pouco jogou. Na segunda, apesar do fracasso brasileiro, o então volante foi um dos poucos avaliados de forma positiva e entrou para a seleção da competição. Forlán tem no currículo o mesmo número de Mundiais. Ainda jovem, participou da eliminação uruguaia logo na primeira fase da Copa de 2002, na Coreia do Sul e Japão. Oito anos mais tarde, participaria como protagonista da redenção do futebol uruguaio na África do Sul. Semifinalista com a Celeste, Forlán foi eleito o melhor jogador da competição no ápice da carreira.
As semelhanças, no entanto, param por aí. Em campo, Zé Roberto e Forlán são jogadores muito diferentes. Enquanto o meia gremista tem como função primária distribuir e armar o jogo no time de Vanderlei Luxemburgo, o camisa 7 colorado cumpre uma função mais ofensiva. No time de Fernandão, o uruguaio atua como segundo atacante e jogará o clássico ao lado de Leandro Damião. Se Zé Roberto é um armador das jogadas gremistas, um típico camisa 10, Forlán faz a ligação entre o meio-campo e o centroavante no Inter. Ainda que em funções diferentes, dar o passe final antes do gol é o objetivo dos dois.
As diferenças de Forlán e Zé Roberto passam ainda pela atitude. Enquanto Forlán tem o sangue uruguaio, de raça e vibração, Zé Roberto tem a serenidade de poucos. Cada um com sua característica, são peças fundamentais também no aspecto anímico de suas equipes. Ídolos das torcidas desde que desembarcaram em Porto Alegre, os jogadores podem conquistar ainda mais seus fãs com uma atuação de gala no Gre-Nal. Apesar da confiança que recebem, Zé Roberto e Forlán ainda não corresponderam às expectativas. Uma boa atuação em Gre-Nal pode acabar com as dúvidas e elevar o vencedor ao status de jogador indiscutível.
Forlán nasceu em Montevidéu no dia 19 de maio de 1979, há 33 anos. Suas únicas passagens pelo futebol uruguaio foram nas categorias de base. Como profissional, deu início à carreira em 1998, pelo Independiente-ARG. Lá ficou até 2002. Com um futuro promissor, foi ainda jovem para o futebol europeu. No primeiro desafio, teve logo pela frente o comando de Sir Alex Ferguson no Manchester United, mas não conseguiu se firmar na Inglaterra. Assim, em 2004, se mudou para a Espanha, onde tinha mais domínio do idioma e características mais compatíveis dentro do campo.
As trajetórias por Villarreal (2004-2007) e Atlético de Madri (2007-2011) alçaram Forlán ao melhor momento de sua carreira. Ao mesmo tempo, era a peça mais importante da Seleção Uruguaia. Pela Celeste, foi quarto colocado na Copa do Mundo de 2010 e campeão da Copa América no ano seguinte. O destaque o colocou de novo em um dos grandes clubes do futebol mundial. Na Inter de Milão, no entanto, foi prejudicado por lesões e pela falta de sequência. Após apenas uma temporada no futebol italiano, acertou com o Inter para ter uma nova experiência no futebol sul-americano depois de dez anos no Velho Continente.
Zé Roberto entra no Gre-Nal como o jogador mais experiente em campo. Nascido em São Paulo, em 6 de julho de 1974, o camisa 10 carrega aos 38 anos um físico invejável. Poucos chegam à idade do meia com uma condição tão boa. O jogador começou a carreira profissional em 1994 na Portuguesa, ainda como lateral-esquerdo. Curiosamente, enfrentou o Grêmio na final do Campeonato Brasileiro de 1996. No ano seguinte, deixou o clube paulista para sua primeira experiência fora do Brasil - e logo no Real Madrid. Sem sucesso na Espanha, foi emprestado ao Flamengo. Neste período, foi reserva de Roberto Carlos na Copa do Mundo da França.
De volta à Europa, consolidou a carreira na Alemanha. Quando passou por Bayer Leverkusen (1998-2002) e Bayern de Munique (2002-2006 e 2007-2009), Zé Roberto virou meio-campista. Entre 2006 e 2007, Zé Roberto vestiu, por empréstimo, a camisa do Santos e teve o Grêmio mais uma vez em seu caminho. Na semifinal da Libertadores de 2007, novo sucesso gremista. Entre 2011 e 2012, jogou pelo Al-Gharafa, no Catar. Em maio de 2012, o Grêmio se colocou novamente à frente de Zé Roberto. Desta vez, o olhar voltado para o mesmo caminho.
ZHESPORTES

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