Contratados
para dar mais criatividade na meia-cancha de Grêmio e Inter. Craques
consagrados por participações importantes em Copas do Mundo que desembarcaram
no Rio Grande do Sul com a responsabilidade de desenvolver a criação de jogadas
nos dois maiores clubes do Estado. Zé Roberto e Diego Forlán ainda não
conseguiram repetir na dupla Gre-Nal as atuações de outros tempos e sequer
marcaram gols pelos novos clubes, mas há jogo melhor para se afirmar do que um
clássico? Em um duelo tão equilibrado, a qualidade técnica e inteligência dos
dois jogadores pode determinar o resultado.
Já
veteranos, Zé Roberto e Forlán carregam em seus currículos passagens por
grandes clubes europeus e presenças na seleção de melhores de uma Copa do Mundo
- Zé Roberto, em 2006, e Forlán, em 2010. Enquanto o gremista construiu boa
parte da carreira na Alemanha - mas teve passagens também por Espanha e, na
Ásia, pelo Catar -, o colorado percorreu Inglaterra, Espanha e Itália. A
experiência que ambos trazem com os mais de 30 anos dá aos colegas mais jovens
a segurança necessária para atuar em um clássico desta magnitude.
Zé
Roberto disputou duas Copas do Mundo: 1998 e 2006. Na primeira, pouco jogou. Na
segunda, apesar do fracasso brasileiro, o então volante foi um dos poucos
avaliados de forma positiva e entrou para a seleção da competição. Forlán tem
no currículo o mesmo número de Mundiais. Ainda jovem, participou da eliminação
uruguaia logo na primeira fase da Copa de 2002, na Coreia do Sul e Japão. Oito
anos mais tarde, participaria como protagonista da redenção do futebol uruguaio
na África do Sul. Semifinalista com a Celeste, Forlán foi eleito o melhor
jogador da competição no ápice da carreira.
As
semelhanças, no entanto, param por aí. Em campo, Zé Roberto e Forlán são
jogadores muito diferentes. Enquanto o meia gremista tem como função primária
distribuir e armar o jogo no time de Vanderlei Luxemburgo, o camisa 7 colorado
cumpre uma função mais ofensiva. No time de Fernandão, o uruguaio atua como
segundo atacante e jogará o clássico ao lado de Leandro Damião. Se Zé Roberto é
um armador das jogadas gremistas, um típico camisa 10, Forlán faz a ligação
entre o meio-campo e o centroavante no Inter. Ainda que em funções diferentes,
dar o passe final antes do gol é o objetivo dos dois.
As
diferenças de Forlán e Zé Roberto passam ainda pela atitude. Enquanto Forlán
tem o sangue uruguaio, de raça e vibração, Zé Roberto tem a serenidade de
poucos. Cada um com sua característica, são peças fundamentais também no
aspecto anímico de suas equipes. Ídolos das torcidas desde que desembarcaram em Porto Alegre, os
jogadores podem conquistar ainda mais seus fãs com uma atuação de gala no
Gre-Nal. Apesar da confiança que recebem, Zé Roberto e Forlán ainda não
corresponderam às expectativas. Uma boa atuação em Gre-Nal pode acabar com as
dúvidas e elevar o vencedor ao status de jogador indiscutível.
Forlán
nasceu em Montevidéu no dia 19 de maio de 1979, há 33 anos. Suas únicas
passagens pelo futebol uruguaio foram nas categorias de base. Como
profissional, deu início à carreira em 1998, pelo Independiente-ARG. Lá ficou
até 2002. Com um futuro promissor, foi ainda jovem para o futebol europeu. No
primeiro desafio, teve logo pela frente o comando de Sir Alex Ferguson no
Manchester United, mas não conseguiu se firmar na Inglaterra. Assim, em 2004,
se mudou para a Espanha, onde tinha mais domínio do idioma e características
mais compatíveis dentro do campo.
As
trajetórias por Villarreal (2004-2007) e Atlético de Madri (2007-2011) alçaram
Forlán ao melhor momento de sua carreira. Ao mesmo tempo, era a peça mais
importante da Seleção Uruguaia. Pela Celeste, foi quarto colocado na Copa do
Mundo de 2010 e campeão da Copa América no ano seguinte. O destaque o colocou
de novo em um dos grandes clubes do futebol mundial. Na Inter de Milão, no
entanto, foi prejudicado por lesões e pela falta de sequência. Após apenas uma
temporada no futebol italiano, acertou com o Inter para ter uma nova
experiência no futebol sul-americano depois de dez anos no Velho Continente.
Zé
Roberto entra no Gre-Nal como o jogador mais experiente em campo. Nascido em
São Paulo, em 6 de julho de 1974, o camisa 10 carrega aos 38 anos um físico
invejável. Poucos chegam à idade do meia com uma condição tão boa. O jogador
começou a carreira profissional em 1994 na Portuguesa, ainda como
lateral-esquerdo. Curiosamente, enfrentou o Grêmio na final do Campeonato
Brasileiro de 1996. No ano seguinte, deixou o clube paulista para sua primeira
experiência fora do Brasil - e logo no Real Madrid. Sem sucesso na Espanha, foi
emprestado ao Flamengo. Neste período, foi reserva de Roberto Carlos na Copa do
Mundo da França.
De volta
à Europa, consolidou a carreira na Alemanha. Quando passou por Bayer Leverkusen
(1998-2002) e Bayern de Munique (2002-2006 e 2007-2009), Zé Roberto virou
meio-campista. Entre 2006 e 2007, Zé Roberto vestiu, por empréstimo, a camisa do
Santos e teve o Grêmio mais uma vez em seu caminho. Na semifinal da
Libertadores de 2007, novo sucesso gremista. Entre 2011 e 2012, jogou pelo
Al-Gharafa, no Catar. Em maio de 2012, o Grêmio se colocou novamente à frente
de Zé Roberto. Desta vez, o olhar voltado para o mesmo caminho.
ZHESPORTES
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