Leandro
Euzébio e Fred fazem os gols da classificação tricolor, que vence por 2 a 1, no
Engenhão, e volta a enfrentar o Boca, por vaga na semifinal
Numa partida que teve todas as emoções de um grande
clássico, o Fluminense derrotou de virada o Inter, por 2 a 1, nesta
quinta-feira, no Engenhão, e se classificou para as quartas de final da Taça
Libertadores. Todos os gols foram feitos no primeiro tempo: Leandro Damião
abriu o marcador para o Colorado, e Leandro Euzébio e Fred, ambos de cabeça,
fizeram os do Tricolor. O próximo adversário será o Boca Juniors, que eliminou
o Unión Española, do Chile.
A primeira partida das quartas será na próxima
quinta-feira, na Bombonera. O time argentino já enfrentou o Flu duas vezes na
primeira fase da competição deste ano. O Tricolor venceu na Argentina, por 2 a
1, e o Boca fez 2 a 0 no Rio.
Inter
abre o placar, cria chances, mas leva a virada
A partida começou com cara de Libertadores: muitas
jogadas ríspidas de lado a lado, com e sem a bola. Fred deu um tapa no rosto de
Índio fora do lance de jogo, e pouco tempo depois, aos 9 minutos, Rodrigo
Moledo deu uma entrada violentíssima em Carlinhos na ponta esquerda, mas o
árbitro Wilson Seneme só deu cartão amarelo para o zagueiro do Inter. A equipe
colorada procurava ter mais a posse de bola e impedia os avanços tricolores,
com ótima marcação no meio de campo. E era mais perigoso no ataque, onde
Leandro Damião era o alvo das jogadas ofensivas do time gaúcho. Aos 4, o
atacante teve boa chance, mas chutou mal. No entanto, aos 13, ele recebeu de
Oscar, girou e acertou um belo chute da meia-lua, acertando o canto esquerdo de
Diego Cavalieri, que se esticou todo, mas não alcançou a bola: Inter 1 a 0.
A situação do Flu ficou complicada, porque a partir
desse gol qualquer empate era favorável ao adversário. No entanto, o Tricolor
reagiu rápido: Thiago Neves cobrou falta da meia-direita, na altura da
intermediária, e Leandro Euzébio se antecipou a Fred para, de cabeça, igualar o
marcador. A partida ficou mais aberta e os times se preocuparam menos com a
pancadaria e mais em buscar o gol.
O Inter continuava sendo o mais objetivo em campo e,
aos 29, Oscar recebeu ótimo passe de Tinga, mas livre diante de Cavalieri pegou
mal de pé esquerdo e chutou por cima da baliza, desperdiçando ótima oportunidade.
O Flu tinha imensas dificuldades de ameaçar o Colorado e, para piorar, na
defesa Gum cometia falhas seguidas. Numa delas, entregou a bola dentro da área
nos pés de Dátolo, que bateu forte, mas o goleiro tricolor salvou, aos 34. Pela
esquerda, explorando os avanços do lateral Fabrício, e no meio da zaga tricolor
com bom toque de bola de Tinga, Oscar e Leandro Damião, o Inter ficava mais
perto do segundo.
Mas em jogo entre grandes nunca se pode cochilar.
Mesmo não se apresentando bem, o Flu conseguia esporadicamente criar situações
de gol, como num chute de Rafael Sobis, que tocou no ferro que segura a rede,
no ângulo direito de Muriel, aos 38. E chegou à virada novamente em cobrança de
falta: aos 45, após Fabrício derrubar Thiago Neves perto da área, na
meia-direita, o camisa 7 tricolor cobrou na cabeça de Fred, que pôs a bola por
cima de Muriel e saiu para comemorar com a torcida o placar que passou a
interessar ao Tricolor.
Drama
no fim e festa tricolor com a classificação
Apesar da vantagem, o Fluminense voltou para a
segunda etapa com uma postura mais ofensiva. E a imprudência dos defensores
colorados de fazer faltas próximas à sua área continuou. Logo no início, Thiago
Neves cobrou uma infração da direita procurando a cabeça de Gum, mas Muriel
desta vez pôde sair e socar a bola para impedir novo gol tricolor.
O Inter não retornou com a mesma qualidade do
primeiro tempo, precipitando-se muito nos passes, principalmente os argentinos
Dátolo e Guiñazu. Mas tinha de atacar para chegar ao empate, resultado que já
lhe bastaria para ficar com a vaga. Muito pouco era criado pelo Colorado, por
isso o técnico Dorival Júnior resolveu substituir Dátolo por Jajá. O atacante
entrou aos 15 e um minuto depois sofreu falta de Deco na meia-lua. Uma ótima
chance, mas Nei cobrou muito mal, na barreira.
Porém, agora o Tricolor é que era mais perigoso em
campo. Tanto que quase chegou ao terceiro em cabeçada de Fred, aos 19. Por
outro lado, o time gaúcho não conseguia concluir suas jogadas ofensivas, sempre
errando o último passe. Aos 25, má notícia para a torcida do Flu: Fred pôs a
mão na coxa direita e teve de sair, sendo substituído por Rafael Moura.
Vendo seu time com pouca efetividade no ataque,
Dorival tirou o volante Guiñazu e pôs o atacante Dagoberto. O risco seria
enfraquecer a marcação no meio, o destaque colorado na etapa inicial, mas não
havia muito jeito. O problema é que Tinga parecia cansado, pouco ajudava no
combate e na frente, e as faltas perigosas para o Flu continuavam a ser feitas
pela defesa colorada. Aos 29, Thiago Neves desta vez cobrou direto e acertou a
trave esquerda de Muriel.
Aos 34, Dorival tirou Tinga e pôs outro atacante,
Jô. Nesta altura o Inter tinha Damião, Dagoberto, Jajá e Jô na frente e passou
a jogar na base do abafa para tentar o gol salvador. Aos 38, Jajá lançou bem na
área para Dagoberto, que esticou perna esquerda para dar um toque por cima de
Cavalieri. Por muito pouco, a bola não entrou. Nos contra-ataques, o Tricolor
podia matar o jogo. Pensando nisso, Abel mandou o jovem Marcos Junior no lugar
de Sobis.
A dramaticidade comum aos grandes jogos estava
presente no Engenhão. A torcida do Flu tomou um susto imenso aos 41 em chute de
Damião, que passou raspando o travessão. A pressão colorada era facilitada
porque o meio de campo tricolor não conseguia jogar. Abel se desesperava na
beira do campo pedindo ao time para segurar a bola no ataque. Dentro do campo a
pressa era toda do Colorado, que também pouco jogava pelo meio, com muitas
bolas alçadas na área adversária. Mas não resolveu, e o Flu ficou com a
classificação.
Por GLOBOESPORTE.COM

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