Inter se dispõe a pagar multa e pode usar Fernandão como interlocutor para ter Oscar

O Inter já tem a sua estratégia definida para ter o meia-atacante Oscar novamente registrado como jogador do clube

Jeremias Wernek e Renan Prates - Do UOL, em Porto Alegre e São Paulo

O Colorado analisa medidas jurídicas, mas ao mesmo tempo não fecha a porta para a possibilidade de ter que pagar uma multa. No meio do plano, até o diretor-técnico Fernandão poderá ser usado como interlocutor com o São Paulo.

Fernandão seria designado para esta tarefa pela boa relação que possui com os dirigentes do São Paulo – atuou no clube paulista pouco antes de encerrar a carreira. Tal estratégia foi usada com sucesso para contratar o atacante Dagoberto.

"Vamos ver o que o presidente vai decidir. A gente só ficou sabendo pelo departamento jurídico. Agora vamos ver qual o passo a ser dado. Se eu entro na negociação ou não, mas tudo para conseguir manter o Oscar conosco", disse Fernandão à Rádio Bandeirantes.

O Inter quer entrar como parte interessada no processo para pedir um efeito suspensivo contra a recente decisão da Justiça de obrigar a CBF a cancelar o contrato de Oscar com o Colorado e recolocá-lo no São Paulo. Se conseguir, ganhará tempo. Caso contrário, deve partir para um contato direto com os cartolas do Morumbi.

O clube do sul do país se dispôs até a ajudar o estafe de Oscar a pagar a multa contratual ao São Paulo. Resta a dúvida se o valor a ser pago é o que rege no contrato antigo (R$ 9,5 milhões) ou terá que ser corrigido. Nos corredores do Beira-Rio, o discurso do São Paulo de esperar por Oscar - e até prometer multa por dias de atraso, é 'birra'.

"O São Paulo queria essa vitória, é também para dar satisfação a torcida. Essa história do Oscar voltar para lá é birra. Só isso. O Oscar não vai jogar no São Paulo", disse um dos dirigentes do time de Porto Alegre.

São Paulo fica no aguardo

O advogado do São Paulo, Carlos Eduardo Ambiel, disse que o clube aguardará o Inter colocar em prática a sua estratégia para tomar as medidas judiciais cabíveis em sua defesa.

“Não tenho como opinar, pois não sei exatamente qual é a estratégia [do Inter]. Acho muito complicado que faça isso [efeito suspensivo], pois é um processo sem segunda instancia e que vai depender da decisão do desembargador. Não posso comentar nada antes que seja feito. A gente vai continuar se defendendo nos autos”.