O governo brasileiro abriu fogo contra a Fifa após as duras críticas feitas pelo secretário-geral Jérôme Valcke. O ministro do Esporte Aldo Rebelo seguiu a orientação da presidente da República Dilma Roussef de “não baixar a guarda”, conforme noticiado no blog do Perrone. Dessa forma, o país pressiona a entidade máxima do futebol mundial e cria um clima hostil para a chegada do dirigente no Brasil na terça-feira dia 13.
Dilma não quer se manifestar publicamente para não criar desavenças, mas deu carta branca para Rebelo defender o país e enfrentar a Fifa. O apoio do líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza, a atitude do ministro é mais uma prova das intenções da presidente.
As desavenças geram expectativa para a chegada de Valcke ao Brasil. O secretário desembarca no país na terça-feira para checar o andamento de obras nas cidades-sedes. Ele deve passar por São Paulo (na terça), Porto Alegre (quarta), Curitiba (quinta), Cuiabá (sexta), Manaus (sábado) e Natal (segunda, dia 12).
Neste sábado, o ministro Aldo Rebelo deu uma entrevista coletiva em resposta às duras críticas feita por Valcke na última sexta-feira, quando chegou a dizer que o Brasil deveria levar um chute no traseiro.
"Não podemos receber um comentário de ofensa pessoal. Imagina alguém dizer que vai fazer isso [chute no traseiro] com sua família, com seu clube, com sua sociedade. Imagina com um país", respondeu Rebelo. "Não pode."
O ministro informou ainda que vai pedir à Fifa que afaste o secretário-geral das negociações sobre a Copa do Mundo de 2014 com o Brasil. "O secretário-geral da Fifa não pode ser nosso interlocutor. As declarações do secretário da Fifa são inaceitáveis”.
Os problemas começaram com as declarações polêmicas de Valcke. O cartola reclamou do atraso das obras e das deficiências estruturais no sistema hoteleiro e de transporte. A grande bronca é com a questão burocrática que dificulta a aprovação da lei geral da Copa.
O secretário chegou a dizer que o Brasil precisa de um chute no traseiro. “Vocês precisam se pressionar, levar um chute no traseiro e fazer a Copa do Mundo”, disse.
"Não entendo por que as coisas não estão avançando. Os estádios não estão mais no prazo, e por que muitas coisas estão atrasadas? A preocupação é que nada é feito ou preparado para receber muita gente. Lamento dizer que as coisas não estão funcionando no Brasil", disparou.
Por: UOL Esportes - SP