Se os brasileiros tiveram um recado no ano passado, os vizinhos de continente são obrigados a manter o cuidado que costumam ter. A competição teve 51 edições, e o Brasil ganhou 15 títulos. Deles, dez foram nas duas últimas décadas. O São Paulo, zerado até 1992, ganhou três. O Inter, zerado até 2006, venceu dois. A presença constante dos brasileiros nas fases finais leva o treinador da Seleção nacional, Mano Menezes, a demonstrar otimismo.
- Pela primeira mostragem, que foi passar pela pré-Libertadores, os clubes brasileiros cumpriram o seu papel. Flamengo e Internacional tiverem um bom desempenho, o Inter com um adversário um pouco mais difícil. O Flamengo fez a lição de casa. Jogar a 4 mil metros de altitude é duro, e eles conseguiram se classificar. É um torneio, e torneio é o retrato do momento. Os times começam com dificuldades, passam pela fase de grupos, se afirmam e daí sai o campeão. E nos últimos anos o futebol brasileiro está sabendo disputar esse torneio – afirmou o treinador.
O Corinthians não parece ter um grupo dos mais assustadores. Ali estão o Cruz Azul, vice-campeão em 2001, mas que vai apenas para sua terceira participação, mais Deportivo Táchira e Nacional-PAR, habituados a não ir longe. Mesmo assim, bate uma preocupação – não custa lembrar a queda do Timão para o Tolima na pré-Libertadores do ano passado.
- Mesmo que a estrutura não seja das melhores, há times que estão conseguindo acertar a mão com talentos. Esse é o grande diferencial. As equipes estão buscando estrutura. Hoje o futebol está mais nivelado, mais organizado. Há algum tempo, as coisas eram mais bagunçadas. Mas hoje, por mais que não tenham muito dinheiro, existem clubes que têm boa estrutura e profissionais que conseguem montar bons elencos. É fácil achar jogadores bons por aqui na América e, assim, formar equipes competitivas, mesmo que de países “menores” – analisou o meia-atacante Alex.
Os únicos países que brasileiros não enfrentarão na primeira fase da Libertadores são Chile e Colômbia. Há três oponentes argentinos, três paraguaios, dois peruanos, dois venezuelanos mais um boliviano, um equatoriano, um uruguaio e um mexicano. É daí que sairão os 16 integrantes das oitavas de final, depois os componentes das quartas. No ano passado, entre os oito finalistas, havia sete países diferentes: Paraguai (Cerro Porteño e Libertad), Colômbia (Once Caldas), México (Jaguares), Argentina (Vélez Sarsfield), Uruguai (Peñarol), Chile (Universidad Católica) e, claro, o Santos. Descentralização.
O Flu é o carro abre-alas dos brasileiros na fase de grupos ao receber o Arsenal às 22h desta terça-feira. Um dia depois, o Vasco recebe os uruguaios do Nacional. Na quinta, é vez de o Inter pegar o Juan Aurich no Beira-Rio. Na semana seguinte, todos na quarta-feira, fazem sua estreia o Santos (contra o The Strongest na Bolívia), o Flamengo (diante do Lanús na Argentina) e o Corinthians (frente ao Deportivo Táchira na Venezuela).
E um adendo: em 2012, ano bissexto, o 4 de maio cai numa sexta-feira. Os jogos da Libertadores, felizmente, vão de terça a quinta...
* Colaboraram Márcio Iannaca, Gustavo Rotstein e Gustavo Serbonchini.