terça-feira, 30 de agosto de 2011

Justiça gaúcha suspende torcida Geral do Grêmio por três meses.

Dá para imaginar o tamanho da confusão no próximo jogo do Grêmio no Olímpico, domingo, se a medida cautelar tomada ainda na noite de domingo pelo juiz Marco Aurélio Martins Xavier, titular do Juizado Especial Criminal, e já divulgada pelo Clicrbs na tarde de segunda-feira, for mesmo mantida: ela proíbe que os torcedores da Geral entrem no estádio pelos próximos três meses.
A medida cautelar foi anunciada logo depois das confusões com torcedores da Geral. Além da briga nas arquibancadas, eles tentaram invadir a sala de triagem da Brigada Militar onde dois integrantes do grupo estavam detidos pela briga no intervalo. Na confusão, os soldados tiveram de utilizar bombas de efeito moral.
O problema todo está em como colocar em prática esta proibição.
Alguns líderes da torcida garantem que ela não é organizada. Não tem cadastro portanto. Para o espaço ocupado por ela, à direita das sociais, se encaminham qualquer um que queira torcer ali. São milhares, que vão se espalhando e aos poucos alargando o espaço na arquibancada, dependendo da importância da partida.
Como saber, assim, quem é torcedor da Geral?
A solução deve ser anunciada no fim da manhã desta terça-feira. O juiz terá reunião com dirigentes do clube, Brigada Militar e Polícia Civil para estabelecer a maneira como a proibição será colocada em prática. A primeira ideia é interditar o próprio espaço: assim, pelo menos simbolicamente, a torcida estará fora do estádio.
Na manhã de terça, além da reunião, o juiz fará inspeção no próprio espaço da arquibancada, certamente para estabelecer o limite físico que ficará fechado.
- Desta vez, os fatos foram muito graves – destacou Martins Xavier em entrevista ao repórter Luís Henrique Benfica. – O Estado não pode ser agredido por atos de vandalismo. O futebol é um esporte de família.
Até aqueles torcedores que aceitaram a transação penal e fizeram acordo para não responder a processo ficam proibidos de comparecer aos jogos por três meses. Sempre que houver partida no Olímpico, terão de se aprentar à polícia. Se descumprirem, serão processados.
Mesmo os participantes do tumulto de domingo, que aceitaram a transação penal, pagando valores estimados entre R$ 100 e R$ 300 para não responder a processo, também foram proibidos de voltar ao Olímpico pelos próximos três meses.
Desta vez, pelo jeito, o Juizado Especial perdeu a paciência e decidiu agir com rigor.
O problema todo, como destaquei no início do texto, será executar esta gigantesca operação de controle. Será uma tarefa imensa, por exemplo, identificar todos os integrantes, como está sendo cogitado – até porque muita gente não vai se considerar parte do grupo, ainda  mais agora. Além disso, haverá o bloqueio no dia do jogo, com inevitáveis confusões.
O mais provável é que a punição pegue em cheio o grupo de pessoas já cadastradas na Geral e conhecidas da Brigada, os líderes e mais todos aqueles que foram identificados em ocasiões anteriores.
No fim, por causa dos vândalos, perdem todos. A parte saudável da torcida (maioria absoluta) que vai ao estádio para curtir futebol, aqueles que pagam pela culpa de um grupo específico e, para completar, o clube que ficará com um espaço grande interditado para os jogos, com redução, portanto, do número de ingressos vendidos.
Por: Mario Marcos.