Por Marcelo Belpiede
A
conquista do título do Superclássico das Américas é meramente simbólica. Ao
pensar no futuro, o jogo desta quarta-feira entre Brasil e Argentina também tem
importância limitada, já que os dois times não contam com os jogadores do
exterior. Mas uma derrota no principal clássico sul-americano, previsto para 22
horas, no estádio Bicentenário de Resistência, sempre é motivo de turbulência,
principalmente no caso de Mano Menezes, que segue sem a confiança da torcida.
“Penso
que esse jogo tem o mesmo peso do ano passado, não vai resolver os problemas da
Seleção, mas é ótimo vencer a Argentina, sempre é difícil jogar contra eles.
Para esse grupo, vai significar o aumento de confiança, um enfrentamento forte,
cada um vai tirar proveito, a gente vai tirar na proporção que significa”,
promete o técnico Mano Menezes.
Independentemente
da importância do título, o elenco brasileiro utiliza um discurso que valoriza
o embate. O fato de a partida ser realizada na cidade de Resistência, com um
estádio que lembra um caldeirão, faz os atletas esperarem uma grande pressão.
“Acho
que vai ter a disputa, a catimba, com rivalidade, é claro. Só esperamos que o
torcedor tenha a mesma postura do jogo em Goiânia, queremos que todo mundo vá
até lá para torcer. Sabemos que confusões são normais em campo, mas não pode
ter pedras ou confusão”, afirma o meia Thiago Neves.
Na
teoria, o Brasil carrega algumas vantagens no confronto. Primeiro, sua base
nacional é considerada mais forte. Além disso, a equipe de Mano Menezes venceu
o jogo de ida por 2 a 1 e tem a vantagem do empate para levantar o bicampeonato
do Superclássico das Américas.
A
Argentina necessita, por sua vez, de um triunfo por dois gols de diferença para
ser campeã. Se ganhar por margem mínima, leva a decisão para os pênaltis. “É
difícil falar sobre favoritismo em uma partida como essa. Quando começa o jogo,
a porcentagem das equipes é a mesma”, minimiza o volante Arouca.
Na
escalação, o técnico Mano Menezes sinaliza mudanças até no esquema. No último
treino antes da viagem para a Argentina, a Seleção Brasileira atuou no esquema
4-4-2. O meio-campo contou com Ralf, Paulinho, Arouca e Thiago Neves, que tinha
a função de abastecer o ataque com Lucas e Neymar.
No
entanto, Mano Menezes evita confirmar a escalação de forma antecipada. Assim,
ele deixa aberta a chance de escalar Leandro Damião no ataque, na vaga de
Arouca.
Na
Argentina, a tendência é que o ataque siga com uma dupla conhecida dos
brasileiros, formada por Martínez, do Corinthians, e Barcos, do Palmeiras.
Ainda assim, a ideia é modificar a postura dentro de campo.
“Devemos
fazer uma partida diferente e ser protagonistas perante o Brasil, apesar que
nosso treinador manifestou estar contente com o desempenho da equipe no jogo de
Goiânia”, avisa Barcos.
No
confronto de ida, a Argentina apostou em uma forma de jogo defensiva e chegou a
se defender com até nove jogadores de linha. “Estamos ajustando algumas coisas
na parte tática, esperamos que seja diferente do primeiro encontro. Vamos
tentar pressionar”, promete o meio-campista Maxi Rodríguez.
FICHA TÉCNICA
ARGENTINA x BRASIL
Local: Estádio Bicentenário, em Resistência (Argentina)
Data: 3 de outubro de 2012, quarta-feira
Horário: 22h (de Brasília)
Árbitro: Enrique Ossés (Chile)
Assistentes: Francisco Mondria e Carlos Astroza (Chile)
ARGENTINA: Ustari; Peruzzi, Lisandro López, Sebá Dominguez, Desábato e Clemente
Rodríguez; Maxi Rodríguez, Braña e Guiñazu; Martínez e Barcos. Técnico:
Alejandro Sabella.
BRASIL: Jefferson; Lucas Marques, Dedé, Réver e Fábio Santos; Ralf, Paulinho,
Arouca (Leandro Damião) e Thiago Neves; Lucas e Neymar. Técnico: Mano
Menezes.