Vamos
Corinthians, esta noite, teremos que ganhar". O canto que está na ponta da
língua dos torcedores traduz com precisão o que o Timão tem de fazer para,
enfim, conquistar a Libertadores. É com esse espírito e empurrado por 35 mil
vozes que o Alvinegro parte para cima do Boca Juniors, hoje, às 21h50, no
Pacaembu, após empate (1 a 1) na Argentina.
O
troféu ocuparia um dos únicos espaços vazios na galeria de um dos times mais
vitoriosos do futebol brasileiro, mas que carrega o pesado fardo de jamais ter
conquistado o torneio continental. Nas outras nove edições que disputou, falhou
e jamais chegou tão perto. Criou enorme expectativa para pôr fim ao tabu, o que
pode ocorrer hoje.
Diferentemente
das outras vezes, agora o Corinthians não tem estrelas no grupo. Assim como nos
maiores momentos de sua história, o time que entra em campo hoje é formado por
jogadores que têm como principais características disciplina tática e
disposição. É justamente isso que traz identificação com o torcedor corintiano,
que se autodenomina maloqueiro e sofredor e faz a nação ter certeza de que
desta vez o título não escapa.
O
técnico Tite não fez mistério. Com a recuperação de Jorge Henrique ele
confirmou o mesmo time usado semana passada, em La Bombonera. O
Boca Juniors terá desfalque do lateral-direito Roncaglia, autor do gol no
primeiro jogo.
Os
esquemas táticos dos times já foram esmiuçados e todos sabem o que pode
decidir. A defesa corintiana - a melhor da história, tomou quatro gols em 13 jogos
- contra a habilidade dos argentinos em lidar com partidas decisivas - tanto
que o Boca já conquistou seis Libertadores e está a uma de igualar o
compatriota Independiente, maior vencedor do torneio.
Os
18 atletas relacionados por Tite para o jogo sabem que estão muito perto de
escreverem com letras maiúsculas o nome na história e de se tornarem
protagonistas do dia mais importante na vida de qualquer corintiano.
E
a final terá todos os ingredientes para se tornar inesquecível. O Timão terá a
oportunidade de ser campeão invicto, já que passou ileso pelos 13 jogos - são
sete vitórias e seis empates -, o que engrandece ainda mais a conquista. Se
perder, será para o renomado time argentino. Outro empate leva a decisão à
prorrogação e, em caso de persistir o resultado, à disputa de penalidades.
Para
se ter uma ideia da dificuldade, o último campeão invicto da Libertadores foi o
próprio Boca Juniors, em 1978, mas na ocasião a equipe disputou apenas seis
jogos - quatro vitórias e dois empates - para levantar a taça.
Por Anderson
Fattori - Do Diário do Grande ABC
 
 
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